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    Educando com deficiência marca a trajetória de inclusão educacional na Unidade Carangola

    Milhares de estudantes sonham em ingressar no Ensino Superior após muita dedicação aos estudos, mas o desafio vai além da aprovação para alguns que precisam superar seus próprios limites e dificuldades. É o caso das pessoas com necessidades educacionais especiais, público-alvo da Educação Especial. Após unir esforços para oferecer suporte no processo de inclusão universitária, a UEMG Unidade Carangola teve a honra de formar o 1º pedagogo com deficiência física e transtorno de linguagem.

    Com o sonho de ingressar na universidade, Raphael de Souza Muniz nunca enxergou em si nada que o limitasse a alcançar seu objetivo. Acometido de paralisia cerebral, distonia funcional e afasia, ele é um exemplo de superação. Sempre empenhado nos estudos, sentiu o desejo de ingressar no curso superior após estudar na mesma sala de aula da mãe, dona Tequinha, sua grande incentivadora. Na segunda tentativa de ingressar no Ensino Superior pelo ENEM, Raphael foi aprovado, no final de 2017.

    Durante a graduação, nenhuma das dificuldades que apareceram se tornaram impeditivos. Com auxílio de sua mãe (que por vezes assumiu a função de mediadora), dos seus novos colegas de classe e do corpo docente da UEMG, medidas foram sendo construídas na intenção de proporcionar um ambiente adequado para recebê-lo e apoiá-lo.

    A mãe do estudante explicou da seguinte forma como foi a recepção do seu filho na unidade: "Nós fomos muito bem recebidos, todos nos abraçaram.

    Ao longo de sua formação, Raphael contou com a ajuda da família e, na Universidade, uma rede de apoio se estruturou – antes da pandemia – envolvendo a participação de enfermeiro, mediador, professores, equipe diretiva da unidade e ledor. Com a pandemia, a rede se manteve, e o último dia 04 de março acabou entrando para história de construção do processo inclusivo da unidade: Raphael foi aprovado com nota 9.5 ao apresentar seu TCC (que abordou a temática da inclusão) junto do estudante Felipe Graciano Moraes, ambos sob a orientação da Prof.ª Dr.ª Cristiana Barcelos da Silva, docente efetiva da unidade e coordenadora do Núcleo de Apoio ao Estudante (Nae) da UEMG Carangola.

    A falar da experiência, a orientadora relatou: “Inicialmente como docente, me senti bastante desafiada, mas disposta, a compreender de que forma poderia ajudar Raphael em sua trajetória acadêmica. O apoio da direção da unidade, o contato com dona Tequinha e Karina – na ocasião, a mediadora – foi de fundamental importância. Ao final da disciplina fiz questão de solicitar à Coordenação (à época, Prof.ª Dr.ª Paloma) a responsabilidade de orientação e condução da proposta de pesquisa dele. No dia da apresentação do TCC, tomei um susto enorme, a sala virtual estava lotada. Direção, chefia de departamento, coordenação, professores, colegas de turma e a família de Raphael compunha uma torcida em uma clima de tensão, afeto e inclusão”.

    Hoje, licenciado em Pedagogia, Raphael não pretende parar. Seu próximo desejo é cursar a pós-graduação em neuropsicopedagogia e, em um futuro próximo, se inscrever em um programa de mestrado e doutorado, na área de educação. A caminhada continua.


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