Túllio Viriato
Estudante do 3º período de Jornalismo – UEMG Divinópolis
Bolsista do Edital PAEx nº 09/2023
Orientação: professores Daniela Couto e Reinaldo Maximiano Pereira (Laboratório de Jornalismo e Laboratório Multimídia)
Com o avanço das tecnologias que possibilitam a criação das criptomoedas e o fomento das redes sociais que permitem que pessoas com visibilidade comprem coisas ou serviços por meio de permutas, além da retomada de antigos costumes, como o escambo, um questionamento começou a ser fomentado: seria possível a existência de uma economia sem dinheiro?
“Sim, evidentemente é possível a existência de uma economia sem o uso do dinheiro, afinal isso já existiu com o escambo, porém isso definitivamente não seria o ideal”, declara o bancário Elisângelo Viriato, formado em Processos Gerenciais, com pós-graduação em Gestão de Pessoas e Segurança do Trabalho. Nesse sentido, o dinheiro seria um facilitador para o escambo, mas que ele em si não tem o mínimo valor. “Quanto vale uma nota de cem reais? Talvez 1, 2 gramas de papel! Quanto vale cinquenta reais na conta bancária? Alguns números na tela! O dinheiro em si não tem valor, somente a função que ele exerce, e acabar com ele seria um retrocesso”, explica Viriato.
Transações
O uso do dinheiro na economia permite a existência de um grande problema, que são as pessoas que o emitem. Essa adversidade tem perpetuado desde o governo de Richard Nixon nos Estados Unidos que, cerca de 50 anos atrás, definiu que o dólar não seria mais lastreado em ouro, medida essa que permite a emissão do dólar americano sem lastreamento, contribuindo para a desigualdade entre os países do globo – devido ao poder que tal moeda exerce na economia mundial. “Um movimento interessante para que isso seja melhorado é a iniciativa do BRICS de que as transações sejam feitas nas próprias moedas, sem a utilização do dólar americano, fazendo com que a moeda se valorize de acordo com o próprio PIB e criando um lastro na produção do país. O problema deve ser resolvido, mas acabar com o dinheiro não é a solução”, diz Viriato.
Segundo o bancário, o dinheiro seria, ainda, uma forma de materializar o tempo: “O filme ‘O preço do amanhã’, estrelado por Justin Timberlake, mostra um mundo em que as coisas são precificadas com o tempo, e os pagamentos são efetuados por meio de um relógio que desconta seu tempo de vida. Essa é a nossa realidade, a diferença é que, para pagar uma conta em um restaurante, os números não saem do relógio, e sim de um aplicativo bancário, mas, no final, se a conta deu 250 reais, eu paguei com oito horas da minha vida, o tempo que eu trabalhei para conseguir esse dinheiro”, completa.
Feira de trocas
Para retomar os antigos costumes de uma economia sem dinheiro por meio do escambo, a UEMG Divinópolis promoverá, no dia 28 de junho, das 16h às 21h30, no saguão do bloco administrativo da Unidade, a 2ª edição da Feira de Trocas Escambiando: Catira de Saberes, que permite que diferentes pessoas se encontrem para trocar objetos e serviços. Para participar, basta se inscrever através deste link. O evento é aberto à participação da comunidade, e a entrada é gratuita.
Informações no Núcleo de Apoio ao Estudante (NAE): sala 703 (bloco 7); telefone/WhatApp: (37) 3229-3597; ou e-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo..