Cidade dos Profetas canta obras do período colonial
Musicólogos e pesquisadores restauram partituras dos séculos XVII, XVIII e XIX
Partituras raras datadas dos séculos XVII, XVIII e XIX foram resgatadas e restauradas por musicólogos e pesquisadores da Universidade do Estado de Minas Gerais (Uemg) e da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Melodias guardadas e abandonadas há mais de 200 anos renascem no álbum “Coral Cidade dos Profetas Interpreta Obras Inéditas do Período Colonial”, que estará disponível nas principais plataformas digitais, como Spotify, Deezer e YouTube.
O Coral Cidade dos Profetas tem sede na cidade de Congonhas e, desde 1988, se dedica exclusivamente a pesquisar, difundir, promover e democratizar a música antiga de Minas Gerais, num trabalho de proteção desse patrimônio imaterial, além de se especializar na interpretação de música sacra antiga.
As obras editadas são provenientes do acervo do maestro Chico Aniceto, da cidade de Piranga, em Minas Gerais. “Este inventário é um dos arquivos constituintes do Núcleo de Acervos da Escola de Música da Universidade do Estado de Minas Gerais, que reúne fontes documentais musicais de variados gêneros – partituras, material bibliográfico, fontes sonoras, instrumentos musicais –, que datam da primeira metade do século XVIII ao século XX, provenientes de diferentes cidades de Minas Gerais”, explica Domingos Sávio Lins Brandão, professor e musicólogo da Escola de Música da Universidade do Estado de Minas Gerais.
Ele lembra que, desde a doação dos documentos musicográficos (partituras) do referido acervo, em 2004, eles passaram a receber o devido tratamento para sua conservação, tendo o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig) e do Programa Institucional de Apoio à Pesquisa da UEMG (PAPq), que aprovaram diversos projetos de iniciação científica.
A coordenação dos projetos ficou sob a responsabilidade do musicólogo, que contou com o trabalho de pesquisa de bolsistas e estagiários. “Uma das atividades foi a montagem, digitalização e edição das obras musicais, tendo em vista sua divulgação e execução pública”, descreve Domingos Sávio.
Ele ressalta que “essas anotações musicais representam muito mais do que um mero registro de indicações sonoras”. “É preciso que se tenha atenção ao tratamento técnico dado aos manuscritos musicais, não os olhando somente como peças musicais, mas como documentos”.
E emenda: “Do ponto de vista sincrônico, esse olhar pode enriquecer o entendimento e contexto da peça, levando em conta as informações particulares e específicas do universo musical, como o autor, o copista, o proprietário da peça, a datação e aspectos morfológicos musicais, ou seja, informações recolhidas nos documentos que podem servir para ampliar nossa apreciação sobre as práticas cultural-musicais. Afinal, a partitura, original ou sua cópia posterior, carrega evidências de representações culturais daquele momento histórico e social em que ela foi realizada (composta ou copiada)”.
Ou seja, do ponto de vista sincrônico, “as peças de outrora podem compartilhar com os músicos intérpretes e com os ouvintes da atualidade questões relativas ao gosto musical do passado, à religiosidade de outros tempos e, ainda, às condições materiais dos agrupamentos musicais que executavam tais obras”, observa Domingos Sávio.
O musicólogo acentua que a música, desde a antiguidade, esteve ligada à religiosidade. “As obras inéditas do período colonial professam e representam a religiosidade, o sagrado e a fé”.
SERVIÇO: Acesse o link com o vídeo de uma das canções:
https://drive.google.com/file/d/1DaWIzyJFJrRr6twXVZjPiCFdy0719VR1/view?usp=drivesdk.
Músicas adormecidas ganham vida com resgate do coral
As obras do acervo do maestro Chico Aniceto dos séculos XVIII e da primeira metade do século XIX, originais e cópias, são, em sua maioria, religiosas, situação semelhante às de outros arquivos do Núcleo de Acervos da Escola de Música da Uemg.
Partituras raras datadas dos séculos XVII, XVIII e XIX foram resgatadas e restauradas por musicólogos e pesquisadores da Universidade do Estado de Minas Gerais (Uemg) e da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Melodias guardadas e abandonadas há mais de 200 anos renascem no álbum “Coral Cidade dos Profetas Interpreta Obras Inéditas do Período Colonial”, que estará disponível nas principais plataformas digitais, como Spotify, Deezer e YouTube.
As obras editadas são provenientes do acervo do maestro Chico Aniceto, da cidade de Piranga, em Minas Gerais. “Este inventário é um dos arquivos constituintes do Núcleo de Acervos da Escola de Música da Universidade do Estado de Minas Gerais, que reúne fontes documentais musicais de variados gêneros – partituras, material bibliográfico, fontes sonoras, instrumentos musicais –, que datam da primeira metade do século XVIII ao século XX, provenientes de diferentes cidades de Minas Gerais”, explica Domingos Sávio Lins Brandão, professor e musicólogo da Escola de Música da Universidade do Estado de Minas Gerais.
Ele lembra que, desde a doação dos documentos musicográficos (partituras) do referido acervo, em 2004, eles passaram a receber o devido tratamento para sua conservação, tendo o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig) e do Programa Institucional de Apoio à Pesquisa da UEMG (PAPq), que aprovaram diversos projetos de iniciação científica.
A coordenação dos projetos ficou sob a responsabilidade do musicólogo, que contou com o trabalho de pesquisa de bolsistas e estagiários. “Uma das atividades foi a montagem, digitalização e edição das obras musicais, tendo em vista sua divulgação e execução pública”, descreve Domingos Sávio.
Ele ressalta que “essas anotações musicais representam muito mais do que um mero registro de indicações sonoras”. “É preciso que se tenha atenção ao tratamento técnico dado aos manuscritos musicais, não os olhando somente como peças musicais, mas como documentos”.
E emenda: “Do ponto de vista sincrônico, esse olhar pode enriquecer o entendimento e contexto da peça, levando em conta as informações particulares e específicas do universo musical, como o autor, o copista, o proprietário da peça, a datação e aspectos morfológicos musicais, ou seja, informações recolhidas nos documentos que podem servir para ampliar nossa apreciação sobre as práticas cultural-musicais. Afinal, a partitura, original ou sua cópia posterior, carrega evidências de representações culturais daquele momento histórico e social em que ela foi realizada (composta ou copiada)”.
Ou seja, do ponto de vista sincrônico, “as peças de outrora podem compartilhar com os músicos intérpretes e com os ouvintes da atualidade questões relativas ao gosto musical do passado, à religiosidade de outros tempos e, ainda, às condições materiais dos agrupamentos musicais que executavam tais obras”, observa Domingos Sávio.
O musicólogo acentua que a música, desde a antiguidade, esteve ligada à religiosidade. “As obras inéditas do período colonial professam e representam a religiosidade, o sagrado e a fé”.
SERVIÇO: Acesse o link com o vídeo de uma das canções:
https://drive.google.com/file/d/1DaWIzyJFJrRr6twXVZjPiCFdy0719VR1/view?usp=drivesdk.
Músicas adormecidas ganham vida com resgate do coral
As obras do acervo do maestro Chico Aniceto dos séculos XVIII e da primeira metade do século XIX, originais e cópias, são, em sua maioria, religiosas, situação semelhante às de outros arquivos do Núcleo de Acervos da Escola de Música da Uemg.
“Esse fato revela que os sistemas musicais religiosos podem se estender através das fronteiras temporais e culturais. As obras não religiosas do referido acervo, com raras exceções, e na temporalidade considerada, não foram preservadas, porém as músicas litúrgicas do catolicismo continuaram a ser compostas, copiadas, tocadas e apreciadas até o início dos anos 1960, pelas bandas de música regidas por Chico Aniceto na região da cidade de Piranga”, explica José Herculano Amâncio, maestro do Coral Cidade dos Profetas.
Segundo ele, o álbum tem obras inéditas que contemplam dez peças. “‘Kyrie e Glória da Missa de Suassuhy’ é a peça que mais me emociona. Pela beleza, riqueza orquestral e coral. E com um detalhe, sou de Suaçuí. Suassuhy, cidade desse mesmo período, século XVIII, e que tem grande tradição musical. Trata-se de uma peça de compositor não identificado”.
Para o maestro, “transformar uma obra de patrimônio material, que consiste em apenas um papel com símbolos, em patrimônio imaterial, dando vida, tirando o som que ali existe, é mágico”. “Centenas de anos esquecidos, sem saber se alguém já executou ou não, para mim, foi o maior presente que já recebi”, conta.
Ele explica que o repertório foi escolhido para dar oportunidade de acesso a essas composições, até então desconhecidas e nunca executadas para o público atual. “É uma imensa alegria sermos o grupo responsável por resgatar e registrar essas obras. Unimos o coro e a orquestra no estúdio montado exclusivamente para a gravação, no interior de Minas Gerais. Foi emocionante ver cada trecho dessas músicas, até então adormecidas, ganhar vida”, celebra. (AED)
Seminário espírita em Lagoa Santa
O Sermão da Montanha, proferido há mais de 2.000 anos nas colinas de Kurun Hattin, ao sudoeste do lago de Genesaré, é o maior documento de espiritualidade que o mundo conhece. Nele, o mestre Jesus ensina sobre o reino dos céus e os deveres da vida mortal como preparação para uma existência superior, ainda que futura, e sobre a importância de ser humilde, manso, gentil, bondoso, paciente, tolerante, e ainda do perdão e da misericórdia. Fala também sobre a promessa de bênçãos para quem perseverar em meio a desafios e a necessidade de ser puro de coração para que Deus se revele.
E é justamente “O Sermão da Montanha e as Bem-Aventuranças” o tema de um evento que vai reunir 11 palestrantes de várias partes do Brasil para divulgar a doutrina espírita. Trata-se do II Seminário Espírita de Lagoa Santa (ver agenda).
Jair Sá Motta, colaborador do evento, explica que o tema escolhido “fala do amor e das virtudes que já possuímos e estão em nossa consciência divina”. “Jesus é nosso grande incentivador. As bem-aventuranças representam a chegada da felicidade por meio da palavra e da ação de Jesus”, assegura.
Ele ainda cita o humanista Mahatma Gandhi, que sintetizou seu pensamento sobre o tema em questão: “Se se perdessem todos os livros sacros da humanidade e só se salvasse ‘O Sermão da Montanha’, nada estaria perdido”.
O evento é uma promoção da União Espírita de Lagoa Santa, instituição que congrega atualmente a Fraternidade Espírita Lar de Jesus, Sociedade Espírita Bezerra de Menezes, Grupo Espírita Caminho da Luz e Grupo Espírita Jesus O Nazareno e vai contar com Renato Prieto (André Luiz no filme “Nosso Lar”), entre outros convidados. (AED)
AGENDA: O II Seminário Espírita de Lagoa Santa vai acontecer de 14 a 16 de novembro, no auditório do Centro de Instrução e Adaptação da Aeronáutica (Ciaar), em Lagoa Santa. A entrada é gratuita, mas o ingresso deve ser retirado no Sympla, com o nome do evento.