Finalizando uma programação que, entre outras ações, contou com 1.052 apresentações de trabalho, o Seminário de Pesquisa e Extensão (P&E) da UEMG foi encerrado na noite da última sexta-feira (26). A atividade de conclusão, comum aos cinco polos de realização do evento, foi a palestra “Universidade pública: políticas e função social”, que teve transmissão pelo Youtube.
Saudada pela mesa de encerramento – incluindo a Reitora da Universidade, Prof.ª Lavínia Rosa Rodrigues e todos os Pró-Reitores da UEMG, Magda Chamon (Pesquisa e Pós-Graduação), Moacyr Laterza Filho (Extensão) e Fernando Sette Júnior (Planejamento, Gestão e Finanças) –, a conferencista foi Ana Lúcia Gazzola, professora emérita da UFMG que compartilhou com o público reflexões advindas de sua experiência como reitora daquela Universidade e como agente político do campo da educação e do ensino superior, em espaços como Andifes e IESALC-Unesco, instituições que dirigiu, além do governo de Minas, onde foi foi secretária de Educação e de Desenvolvimento Social.
“Os desafios que se colocam para a universidade no presente e no futuro, neste que é certamente um dos momentos mais difíceis vividos por nossa geração, demandam uma reflexão profunda sobre o papel das universidades públicas em geral, das mais antigas às mais recentes, em processo de consolidação, como a UEMG. Isso confere a essas universidades mais jovens uma vantagem estratégica frente às mais consolidadas, que podem ter cristalizado ao longo de sua história visões e procedimentos, territórios e grupos de interesse. E, claramente, é mais fácil construir do que mudar. E os desafios do presente demandam quase que uma reinvenção da universidade pública para atualizar o seu papel histórico transformador”, ponderou.
Com base em sua trajetória de intensa contribuição com a UEMG, auxilando na mediação de parcerias e atuando no conselho gestor da Editora, Ana Lúcia Gazzola avaliou que a UEMG vem sendo bem sucedida em assegurar os princípios constitutivos de uma universidade pública, por meio de políticas institucionais como a abertura de concursos para ampliação dos quadros permanentes e a consolidação das pró-reitorias, com o estabelecimento de ampla regulamentação das atividades:
“Resultado direto dessa visão de qualidade é a aderência aos critérios das agências de fomento, nem sempre bem compreendida pela comunidade acadêmica, mas que possibilitou a ampliação da oferta de cursos e bolsas. O rigor nas exigências e na análise de projetos e de custos é uma necessidade, mas nem sempre uma instituição que se originou como segmentos separados compreende que o foco da coesão institucional precisa ser a existência de critérios de relevância extensivos a todos os programas e a todos os membros da comunidade universitária.”
Ao alertar que a “endogenia torna a instituição provinciana”, Ana Lúcia destacou a necessidade de abertura a contextos mais ampliados de atuação como estratégia de crescimento e qualificação:
“A comunicação como uma dimensão política da universidade é extremamente importante. A UEMG, por exemplo, é parte do fórum de universidades públicas mineiras, que é um espaço importante, pois dialoga com o parlamento estadual e nacional. Tem ainda participado de grandes lutas, como as mobilizações em defesa da CAPES e do FNDCT. Este é um caminho que mostra um amadurecimento da instituição, que não mais está isolada, que chegou à compreensão de que temos que ser parte de eventos maiores sob pena de estarmos reduzidos a uma insignificância.”
A transmissão da palestra, que contou com tradução simultânea para Libras pelos intérpretes Mikel Angel e Vanessa Pereira, ficou registrada no canal oficial da TV UEMG.