Publicado nesta quarta-feira (13/9), o terceiro episódio do Saber em Movimento discute o enfrentamento ao racismo nas escolas públicas e privadas do Brasil. O podcast de ciência da Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG) traz, como convidada, a professora Kelly da Silva, do curso de Pedagogia da unidade acadêmica de Ubá.

A pesquisadora investiga a aplicação da Lei 11.645, que torna obrigatório o ensino da história e da cultura afro-brasileira e indígena nas escolas do país, nos níveis fundamental e médio. Ela vem acompanhando duas escolas públicas de Ubá, cidade da Zona da Mata de Minas Gerais, para analisar como as temáticas vêm sendo trabalhadas dentro e fora de sala de aula.

"Nós atuamos em duas escolas com perfis diferentes, mas duas escolas periféricas, com uma maioria de alunos negros e negras. Eles têm consciência de que são negros e negras, de que sofrem violência na maioria dos espaços que vivenciam, mas também que devem e merecem ser valorizados, independente da sua identidade, da sua raça, do seu gênero", afirma a professora Kelly.

A pesquisadora, que também é vice-diretora da unidade acadêmica de Ubá e presidenta da Comissão Central de Heteroidentificação da UEMG, observou o dia a dia das duas escolas e conversou com estudantes, professoras e demais membros das comunidades. O objetivo do projeto de pesquisa é criar um banco de dados sobre o tratamento de questões raciais e de gênero nas escolas e, com isso, apontar práticas que podem favorecer o debate sobre os assuntos nos currículos escolares.

"A questão é como nós podemos trabalhar para que não seja apenas mais um tema obrigatório na escola. Mas que seja um tema que está ali, constantemente, que perpassa todo o cotidiano e para o qual nós não podemos fechar os olhos. Não podemos deixar acontecer essas violências, sem lidar com elas", explica a pesquisadora.

Informações sobre a metodologia adotada pela pesquisadora, assim como falas sobre a formação de professores fazem parte do episódio. O podcast é uma produção da Assessoria de Comunicação (Ascom) da UEMG e procura apresentar as pesquisas desenvolvidas pela instituição à comunidade universitária e à sociedade mineira.