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    Unidade Divinópolis | A importância da iniciação científica para a educação continuada

    Texto: André Camargos | Assessoria de Comunicação – UEMG Unidade Divinópolis
    Fotos: arquivos pessoais

    Concluir um curso de graduação e, logo em seguida, iniciar uma pós-graduação stricto sensu, seja mestrado ou doutorado, pode ser o objetivo de alguns estudantes que desejam seguir a vida acadêmica. Entretanto, além do interesse pela investigação, há outros aspectos que auxiliam essa jornada acadêmica, como a iniciação científica, realizada durante a graduação e que conta com o incentivo de programas de fomento. 

    Segundo o professor Newton Santos de Faria Júnior, coordenador de Pesquisa da Unidade Divinópolis, a iniciação científica é um ótimo ponto de partida, que pode facilitar a educação continuada. “O estudante começa a ter uma visão diferente e o conhecimento sobre o que é ciência, como elaborar os projetos, como escrever um artigo científico e qual é o processo ético para realizar tudo isso. Além disso, ele tem a base da iniciação científica, que facilita o ingresso nos cursos de mestrado e doutorado. Pode ser muito mais fácil para este do que para aquele aluno que não teve contato nenhum com a iniciação científica”, ressaltou o professor. 

    Pesquisa
    Isso, de fato, aconteceu com egressos da UEMG Divinópolis. Thaís Paula Rodrigues Gonçalves, ex-aluna do curso de Ciências Biológicas da Unidade, desenvolveu uma pesquisa, durante 12 meses, sobre a prospecção de novos antimicrobianos a partir de extratos de espécies vegetais da região de Divinópolis, levando em consideração a importância de descobertas neste sentido, pelo crescente desenvolvimento de resistência microbiana a fármacos tradicionalmente empregados. “A iniciação científica foi de suma importância para o conhecimento acadêmico, a escrita científica e a melhoria no currículo, ampliando, também, oportunidades de publicações científicas. Esses são os elementos-chave para auxiliar o ingresso em um bom programa de pós-graduação”, explicou Thaís, que, atualmente, desenvolve o projeto de mestrado na Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ) – Campus Centro-Oeste Dona Lindu, onde pesquisa o potencial antioxidante e antimicrobiano de extratos e frações isoladas de uma espécie vegetal. 

    Já Cláudio Marcio Cardoso Rocha, egresso do curso de Química da Unidade, desenvolveu um projeto, durante 12 meses, na UEMG Divinópolis: “Meu envolvimento com a iniciação científica foi com um projeto de avaliação da atividade antimicrobiana de um PHMB para Salmonella spp em carcaças suínas. A importância da iniciação científica para o mestrado foi o contato com a pesquisa, o que me incentivou a seguir buscando outros princípios ativos para este patógeno”. Atualmente, Cláudio cursa o programa de mestrado em Ciências da Saúde na UFSJ – Campus Centro-Oeste Dona Lindu, na linha de pesquisa Substâncias Bioativas. 

    Autonomia
    E é esse o caminho, rumo ao mestrado, que Layra Martins pensa em seguir após a conclusão da graduação em Fisioterapia da Unidade. Estudante do 9º período, ela participa dos projetos de pesquisa 'Distúrbios do sono' e 'Higiene do sono', sendo este último também de extensão, e entende que a iniciação científica poderá auxiliar seus planos futuros. “Estar no projeto e ter tido a oportunidade de realizar uma iniciação científica reflete e refletiu diretamente no desenvolvimento de raciocínio crítico, na formação da autonomia na pesquisa acadêmica, na criatividade e no senso de responsabilidade, sendo essas contribuições importantes, tanto no aspecto pessoal quanto profissional, na educação continuada”, explicou a estudante. 

    Incentivo
    O professor e pesquisador Adriano Guimarães Parreira foi orientador dos estudantes Cláudio e Thaís e ressaltou a importância da iniciação científica para a descoberta de novos talentos e o incentivo à pesquisa científica. “Os programas de iniciação científica ofertados na UEMG são extremamente importantes para oportunizar a chance de revelar algum talento ou alguns estudantes que têm o mesmo perfil, vontade, interesse e plenas condições de desenvolver um trabalho em nível de mestrado e doutorado. Ou seja, que têm condições, vontade e interesse, despertado durante a iniciação científica, para se envolver ainda mais com pesquisa, com o desenvolvimento científico e tecnológico. Então, é extremamente importante que esses programas se mantenham, e as bolsam vêm como um incentivo a mais, permitindo que os estudantes possam dedicar mais tempo específico para o desenvolvimento da pesquisa e da linha de pesquisa com a qual estão envolvidos no projeto de iniciação científica”, afirmou. 

    Palestra
    A educação continuada foi tema de uma palestra, realizada no último dia 29 de maio, no auditório da UEMG Divinópolis. O evento foi organizado pelo Centro Acadêmico de Ciências Biológicas e contou com a palestra da doutora em Ciências da Saúde Sayonarah Rocha, que compartilhou sua experiência acadêmica com os estudantes da Unidade. “Na palestra, procurei contar um pouco da minha trajetória, da graduação até o doutorado, falando sobre as minhas experiências internacionais e os desafios de encarar a pesquisa científica no Brasil. Falei um pouco sobre iniciação científica, bolsas, processo seletivo, dificuldades e alegrias. O meu objetivo foi apresentar um pouco como é a vida acadêmica de estudantes de mestrado e doutorado, tema que é muito desvalorizado e pouco conhecido pela sociedade”, comentou a palestrante.

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