Escrito por um grupo de pesquisadores, incluindo a docente da UEMG Unidade Ubá Ana Carolina Calijorne Lourenço, artigo científico publicado no último dia 13 traz a descrição de uma nova espécie de anfíbio do grupo Scinax catharinae, encontrada nas terras altas de Santa Catarina, no sul do Brasil. A nova espécie distingue-se das outras do grupo por possuir mancha trapeziforme entre os olhos, saco vocal distendido externamente, antebraços hipertrofiados em machos, dentre outras características.
Segundo o resumo do artigo publicado, a descoberta eleva para 35 o número de espécies do grupo S. catharinae, que se apresenta como o clado (grupo de organismos originados de um ancestral comum) endêmico mais diversificado de rãs da floresta Atlântica. Além disso, a descoberta de uma nova e distinta espécie na parte sul da Mata Atlântica, onde até então apenas cinco espécies do clado foram registradas, indicaria que se está longe de uma ampla compreensão da diversidade taxonômica desse grupo de espécies.
Para a professora Ana Carolina – que é docente da UEMG desde o ano passado e tem a taxonomia de anfíbios anuros (animais que não possuem cauda, como rãs, sapos e pererecas) como sua principal área de estudo – esse tipo de descoberta reforça a importância de políticas de preservação ambiental e aponta para a necessidade de se ampliar pesquisas em locais ainda pouco estudados. “Uma descoberta dessas depende de alguns anos de estudo. É preciso colher diversos dados dos espécimes e há que se fazer comparações com a fauna conhecida e tombada em coleções científicas e museus”, explica a pesquisadora, reforçando que só chegou ao resultado depois de uma tese de doutorado.
Iniciado em 2013, o estudo continua hoje por meio de colaboração com outras instituições, mas sem financiamento.