Uma noite de gala para celebrar trinta anos ininterruptos de educação superior, oferecidos aos cidadãos mineiros pelo Estado de Minas Gerais. Assim se pode resumir a reunião especial, promovida na noite do dia 2 de outubro de 2019 na Assembleia Legislativa de Minas Gerais.
Requerida pela deputada estadual Beatriz Cerqueira, a solenidade contou com a presença de gestores, ex-reitores e comunidade acadêmica, além de parlamentares, que lotaram o Salão Nobre da casa legislativa mineira.
O deputado Cleiton de Oliveira presidiu a reunião especial, representando o presidente da ALMG, Agostinho Patrus. Além de contar com a reitora da UEMG, a mesa solene ainda foi formada ainda com a presença de lideranças dos estudantes e professores, agentes públicos dos poderes executivo e judiciário estadual e legislativo federal, além da reitora da UFMG, Sandra Regina Goulart.
A Escola de Música da UEMG contribuiu com a cerimônia: além de representar os estudantes na mesa solene, foi também responsável pela execução do hino nacional e, ao final do evento, de mais uma breve apresentação.
Os deputados estaduais ainda entregaram uma placa alusiva aos 30 anos da Universidade, recebida pelas mãos da reitora Lavínia Rosa Rodrigues.
COM A PALAVRA...
...LAVÍNIA ROSA RODRIGUES
A reitora da UEMG saudou os presentes, agradeceu pelo reconhecimento da Assembleia à trajetória da Universidade e pela parceria ao longo do tempo e desvelou a intrincada história da UEMG para o conhecimento dos presentes. Tomou como fio condutor de sua narrativa alguns pensamentos do ex-reitor e professor Aluísio Pimenta, a quem denominou como o “desbravador” da Universidade, e da própria legislação originária da instituição.
No início de sua fala, destacou episódio em que a Revista Veja, em publicação de 1991 veiculou nota sobre a Universidade, com o título “Universidade fantasma”.
Naquela ocasião, a nota classificou a Universidade de “ficção acadêmica”, cujo “único funcionário é [era] o reitor”.
Passados 28 anos da data da publicação, a reitora redarguiu com os dados atuais da instituição, como os números de alunos (cerca de 22 mil), de cursos de graduação ofertados (115), o percentual de estudantes provenientes de escola pública (75%).
Enumerou também as características que distinguem a UEMG de outras instituições de nível superior, lembrando que em algumas regiões ela é a única possibilidade de acesso ao ensino superior a comunidades carentes; que é uma universidade com uma capilaridade e alcance únicos dentro do estado e que a autarquia especial é grande responsável não somente pela formação de professores que atuarão nos ensinos fundamental e médio, como também provê os mercados regionais com seus profissionais “conscientes, bem formados e compromissados com as mudanças de nosso tempo”.
“A nossa Universidade, nasceu aqui, neste parlamento, em 1989, e desde então vem se consolidando, como instituição de Ensino Superior pública, gratuita, de qualidade, laica, com pluralismo de ideias e trabalhando – inclusive há bastante tempo – com o conceito de inclusão e o respeito à diversidade de todas as ordens”, comentou.
Assim como começou, encerrou sua fala com outra citação do professor Aluísio: “A UEMG (...) é uma resposta aos incrédulos, aos desanimados, aos descrentes e aos cínicos”.
...BEATRIZ CERQUEIRA
Em seu discurso como deputada requerente da reunião especial, a deputada Beatriz Cerqueira se apresentou como professora primária de formação e se disse honrada por ter sido a pleiteante da homenagem à Universidade: “quando apresentei esse requerimento foi um requerimento de celebração, além de um requerimento de resistência. Resistência em defesa da educação pública, gratuita, laica, de qualidade e que respeite a diversidade e fortaleça a democracia em nosso país”, justificou.
Afirmou que mesmo defronte a panoramas conturbados na política e economia, é preciso celebrar, como forma de renovar e reafirmar os valores republicanos e democráticos: "Não podemos nos esquecer do cuidado com a Memória mesmo quando nos encontramos em enfrentamentos”, afirmou. “Para além de toda resistência, denúncia e discussões, é preciso celebrar, porque senão vai se apagando aquilo que é público, importante e democrático".
A parlamentar comprometeu-se a batalhar pela educação pública, especialmente durante o processo de definição do orçamento a ela destinada.
Beatriz aproveitou a ocasião para apresentar o requerimento para formalizar a constituição da Frente Parlamentar em Defesa do Estado de Minas Gerais, com mais de 60 assinaturas de deputados estaduais. “A Frente é importante, porque possibilita a articulação de forças para além de nós, deputados. Uma articulação de forças para nos envolver com toda a diversidade de representação que temos. Então, agora é construí-la de forma coletiva e participativa democrática”.
...CLEITON DE OLIVEIRA
Representando o presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, o deputado professor Cleiton, iniciou sua fala pedindo uma salva de palmas para os estudantes que acompanhavam a solenidade das galerias da Assembleia, e leu as palavras do presidente da ALMG, Agostinho Patrus, que desfiaram a história da criação da Universidade no viés parlamentar, destacando a existência de oferta de ensino superior gratuita como um eco das aspirações dos próprios inconfidentes mineiros.
Afirmou que a Assembleia está atenta ao papel que a Universidade desempenha e que a casa legislativa “não tem poupado esforços para garantir a interiorização e a universalização do ensino superior nas diversas regiões do estado”. Citou como exemplo de atuação a apresentação de proposta de emenda constitucional nº 26 de 2019, que incluiu a UEMG entre uma das instituições estaduais que deverão ter a garantia de repasse de recursos orçamentários.
“A UEMG multicampi representa um símbolo de união entre as diversas Minas Gerais. Em outras palavras, é possível afirmar que sem renunciar a universalidade das ideias e aos compromissos com a cultura e a educação a UEMG volta-se prioritariamente para o conhecimento e a transformação da realidade mineira”
O deputado ainda complementou a fala do presidente da ALMG, relembrando uma pergunta que fez durante uma das audiências públicas de que participou, em que o tema era a educação superior pública: “Para que serve uma universidade pública? (...) Quando uma universidade traz um dado tão importante como ter 75% de seu quadro de alunos vindos de escola pública, a resposta é inclusão”, proclamando a seguir: “Vida longa à Universidade do Estado de Minas Gerais!”.
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