Assessoria de Comunicação – UEMG Divinópolis
Texto: Isabella Marques
Fotos: Arquivo da pesquisa
A gestação é um período que causa inúmeras transformações no corpo da mulher. Muitas grávidas costumam relatar desconfortos, como a retenção de líquidos, sobretudo nas semanas finais da gestação. Pensando numa forma de minimizar este problema, três estudantes do curso de Fisioterapia da UEMG Divinópolis decidiriam testar uma técnica, denominada dermotonia, para o tratamento deste edema gestacional. O grupo de estudos é formado por Eloá Santos, Letícia Blandim e Nivania Fernandes, do 9º período do curso. As estudantes são orientadas pela professora Júlia Souki Diniz, também do curso.
O interesse pelo tema começou ainda no 4º período, quando as alunas estudaram a disciplina Fisioterapia na Promoção da Saúde e um dos trabalhos realizados foi um projeto de promoção à saúde da população. “O nosso grupo escolheu a área da Saúde da Mulher por questão de interesse e até mesmo de oportunidades. Promovemos saúde em um grupo de gestantes, em uma casa de apoio, e o principal relato delas, que incomodava muito, era a questão de edema nos membros inferiores. Então, procuramos a nossa professora Júlia e relatamos o nosso interesse em realizar um trabalho com as gestantes, promovendo a redução de edemas neste grupo. A Júlia nos apresentou a técnica dermotonia, aplicada para descongestionar os tecidos, sendo eficaz na reabsorção de líquidos nos tecidos, e, assim, decidimos realizar e testar a técnica para o nosso trabalho de conclusão de curso, para avaliar a efetividade da sua utilização na prevenção e no controle do edema gestacional”, explicou Letícia.
A técnica
A dermotonia é uma técnica desenvolvida pelo médico francês Serge Karagozian, no início dos anos 1990. De acordo com Regina Rossetti, a técnica é realizada por meio de equipamentos eletrônicos de vácuo e pode proporcionar a recuperação clinicopatológica dos tecidos. O uso de ventosas e a realização de massoterapia e drenagem linfática são exemplos de aplicação da técnica.
Atendimentos
Para iniciar os estudos, foram selecionadas grávidas no segundo ou terceiro trimestres de gestação, com idade de 20 a 40 anos. A orientadora contou que as intervenções começaram em abril e serão finalizadas em junho. Até o momento, 20 gestantes participaram do projeto, que realizou um total de 80 atendimentos.
Para o desenvolvimento do trabalho, as participantes foram divididas em dois grupos: controle e intervenção. No grupo intervenção, foi realizado o tratamento com as gestantes, duas vezes na semana, durante quatro semanas. “Executamos a técnica em todos os atendimentos, por aproximadamente 40 minutos, acompanhando sempre a pressão arterial no início e no final da aplicação. E, ao fim de cada semana, realizamos a coleta dos dados para a comparação dos grupos", explicou Letícia.
No grupo controle, a técnica não é aplicada nas gestantes. Neste grupo, é realizada a coleta semanal da pressão arterial, do peso e da perimetria dos membros inferiores e, posteriormente, os resultados são comparados com os coletados no grupo intervenção. Para o acompanhamento da evolução do tratamento, foram fornecidos aos dois grupos um diário para que cada gestante tivesse o controle dos seus dados, como a perimetria, o peso e a pressão arterial. Além disso, as participantes puderam anotar a quantidade de água ingerida ao dia.
Protocolos
Por se tratar de atendimentos presenciais, inúmeros cuidados foram tomados devido à pandemia da covid-19. “Os atendimentos estão sendo realizados em uma clínica particular aqui em Divinópolis, onde estamos seguindo todos os protocolos de segurança. A sala é limpa antes de todos os atendimentos com álcool e o piso é limpo com água sanitária, deixando o ambiente todo esterilizado. Todas as janelas permanecem abertas para manter o local arejado. Disponibilizamos para as gestantes, na entrada do consultório, o propé, para que elas utilizem dentro da clínica, assim como nós. Utilizamos, também, lençóis descartáveis e o álcool em gel 70% para assepsia das mãos, e todos os atendimentos são realizados de forma individual", relatou Letícia.
Resultados
Depois da análise dos dados das gestantes e de perceber que o relato da maioria delas se refere ao acúmulo e à retenção de líquido nos membros inferiores, o grupo busca conseguir um resultado para prevenir, minimizar ou controlar esse edema gestacional, o que ajuda no bem-estar e na qualidade de vida das gestantes. “As gestantes têm relatado alívio de dores nas pernas, e a redução na perimetria tem sido notória durante o tratamento", concluiu Letícia.
Os estudos continuam, e as gestantes interessadas podem acompanhar as informações no perfil do projeto no Instagram: @projetodermotoniauemg.