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    Projeto desenvolvido na UEMG Passos busca ajudar mulheres diagnosticadas com hipertensão gestacional

    A maternidade é um dos momentos mais marcantes para muitas mulheres. Além de todo este contexto, na maioria das vezes, repleto de felicidade e marco do início de uma nova etapa, algumas mulheres sofrem com questões ligadas à hipertensão gestacional. A professora Simone Regina Potje é a docente responsável por um projeto que tem como objetivo ajudar a encontrar novas ferramentas terapêuticas em busca de melhorar a qualidade de vida das gestantes que possam enfrentar este problema durante o período de gestação.

    A equipe do projeto conta com os estudantes Antonio José Costa Bezerra e Isabela Júdice Oliveira, discentes do 6º período de Medicina. “O projeto foi elaborado para ser concluído em dois anos. No entanto, conforme os resultados são obtidos ao longo do projeto, estes podem nos levar a novas perguntas e pode ocorrer a necessidade de realizar novos protocolos experimentais. Desta maneira, pode ser necessário mais que dois anos para estudar novas abordagens da pesquisa”, explica a docente.

    Os vasos sanguíneos são formados por três camadas, o tecido perivascular adiposo, o músculo liso vascular e o endotélio. A camada mais interna é o endotélio, o qual tem contato direto com o fluxo sanguíneo e células do sangue. “Sobre o endotélio existem glicoproteínas que formam o glicocálix, que se comporta como uma “rede” e tem diversas funções como proteger o endotélio, realizar filtração seletiva, controlar a permeabilidade vascular, evitar adesão leucocitária, ainda tem papel antitrombótico e pró-angiogênico”, destaca Simone.

    O glicocálix é o objeto analisado pela pesquisa desenvolvida pelo grupo. O objetivo do trabalho é encontrar alternativas para prevenir a degradação do glicocálix endotelial, que sofre destruição em pacientes com hipertensão. “O objetivo do trabalho foi verificar como está a estrutura desse glicocálix na artéria aorta em doença hipertensiva gestacional. Desta maneira, pretendemos compreender os mecanismos fisiológicos dos vasos sanguíneos durante a hipertensão gestacional com a finalidade de propor novas ferramentas terapêuticas que possam prevenir a degradação do glicocálix endotelial para mulheres que sofrem de hipertensão na gravidez”, conta Potje.

    Para a pesquisa ser desenvolvida, os testes acontecem em ratos espontaneamente hipertensos e ratas prenhas e não prenhas, normotensas ou hipertensas. O trabalho foi aprovado em editais distintos, em cada um deles a pesquisa acontece focando em um grupo de roedores, machos ou fêmeas.

    As etapas do projeto

    No primeiro momento, a equipe do trabalho realizou o levantamento bibliográfico na literatura científica, “observamos a escassez de dados sobre o glicocálix endotelial na artéria aorta em quadro de hipertensão gestacional. Portanto, foi realizado experimento a partir da técnica de Western Blot para analisar proteínas especificas do glicocálix endotelial em modelo animal de hipertensão gestacional e comparamos com o grupo controle (grupo normotenso prenhe)”, explica o discente Antonio.

    Depois deste passo, “verificamos se essa modulação do glicocálix na hipertensão gestacional está associada com alteração na biodisponibilidade de óxido nítrico, que é o principal vasodilatador do organismo, a verificação foi realizada partir da técnica de GRIESS. Além disso, utilizando a técnica de TBARS, verificamos se o estresse oxidativo, pode modular o glicocálix endotelial”, comenta a estudante Isabela.

    “Os próximos passos são utilizar uma ferramenta farmacológica que destrói o glicocálix e verificar como a artéria aorta responde perante a contração ou relaxamento em modelo animal de hipertensão gestacional”, complementa a coordenadora Simone.

    Pesquisa e reconhecimento

    O trabalho foi aprovado nos editais PAPq/UEMG n° 1/2022, PAPq/UEMG n° 11/2022 e PIBIC/FAPEMIG/UEMG n° 1/2023. O projeto desenvolvido já está sendo reconhecido midiaticamente no meio científico, o trabalho já tem registrado prêmios e menções honrosas, saiba quais são:

    • XXXVII Reunião Anual da Federação de Sociedades de Biologia Experimental (FeSBE) 2023. O evento contou com o “Prêmio Branca de Almeida Fialho” com o objetivo de premiar trabalhos desenvolvidos por mulheres que realizam pesquisa com modelo animal fêmea. “Mais de 60 trabalhos de diferentes universidades públicas foram submetidos para concorrer a esse prêmio. Após análise dos trabalhos por 12 professores fisiologistas brasileiros, apenas cinco trabalhos foram selecionados como finalistas. Desta maneira, o trabalho da Isabela foi selecionado como finalista, obtendo destaque para a pesquisa realizada na UEMG de Passos e recebeu menção honrosa pela apresentação oral”, conta a coordenadora Simone.
    • XXXVII Reunião Anual da Federação de Sociedades de Biologia Experimental (FeSBE) 2023 Isabela Júdice Oliveira recebeu menção honrosa pela apresentação de pôster. Entre mais de 1.500 trabalhos inscritos, apenas cerca de 100 deles receberam a menção.
    • IV Simpósio de Biologia Vascular (SVC) organizado pela Universidade de São Paulo (USP, Instituto de Ciências Biomédicas). Apenas 30 trabalhos dos 150 inscritos foram escolhidos para apresentação oral, o estudante Antonio José Costa Bezerra foi selecionado para apresentar o projeto no simpósio.
    • Innovation Experience organizado pela Unidade de Ensino e Pesquisa (UNEP) da Santa Casa de Passos: Isabela Júdice Oliveira foi premiada com o 3° lugar no Prêmio de Excelência Acadêmica em Saúde.
    • II Congresso Acadêmico de Medicina da Universidade do Estado de Minas Gerais organizado pelo Centro Acadêmico Barão de Passos (CABAP) da UEMG de Passos. Antonio José Bezerra Costa recebeu menção honrosa em 2º lugar.
    • 24° Seminário de Pesquisa e Extensão organizado pela Universidade do Estado de Minas Gerais.

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