Redação Agência Escola – Unidade Passos
André Castro – 4° p. de Jornalismo
No segundo semestre de 2021, Thiago Fidelis, doutor em História Social (UNESP – 2018) e professor na Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG), alcançou uma importante publicação internacional. Baseado em um desdobramento de seu projeto de doutorado, o artigo ocupou as páginas da “Revista de História Social y de las Mentalidades”, da Universidade de Santiago do Chile, apresentando o governo de Jânio Quadros pela ótica do jornal “Última Hora”.
A pesquisa apresenta vínculo com o projeto de pós-doutorado que o professor realizou entre 2019 e 2021, na Universidade de São Paulo (USP), sob a supervisão do professor Marcos Napolitano. A ideia era pensar os principais períodos de crise da história política brasileira, entre 1954 e 1964, tendo como base as notícias veiculadas na imprensa. Para o acadêmico, o estudo é importante na medida que coloca em destaque um assunto pouco abordado, demonstrando que diferentemente do que se costuma divulgar, a imprensa em geral não é um meio isento de visões políticas ou ideologias, embora muitas vezes procure esconder tais aspectos.
Alcançar essa publicação foi muito importante para o pesquisador e para o desenvolvimento de novas pesquisas nesta área, já que trata-se de uma das principais revistas, na América Latina, com “Qualis A2”, classificação dada pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), que financiou a pesquisa de doutorado do professor. Apesar disso, o artigo não recebeu auxílio financeiro, e foi desenvolvido a partir de reflexões do professor sobre sua tese.
Quanto a importância da publicação para a comunidade acadêmica e para os discentes, Thiago Fidelis relata que procurou chamar a atenção do público para o assunto. “Penso que é uma forma de provocar reflexões e inquietações acadêmicas, tanto nos docentes, como em discentes, além de divulgar o nome da universidade à nível internacional”. Ele pretende incitar a busca por fontes não tradicionais no uso da história, além de influenciar mais pessoas a pesquisar a temática, aprimorando a ideia de que o estudo é um ponto de partida para futuras pesquisas e reflexões sobre a visão da imprensa em relação a determinados fatos históricos.
O periódico “Última Hora” foi escolhido como material de análise, pois era a principal publicação do período, que ficou ao lado do governo, não endossando o coro da oposição que ajudou nos eventos que culminaram com o golpe civil-militar de 1964. Além disso, o professor acredita que nos jornais é possível perceber como os principais fatos eram pensados e construídos, considerando as perspectivas e ideologias da época.
“Ao mesmo tempo que a fonte permite ‘entrar’ no período, essa espécie de máquina do tempo não dá o passado como ele era, mas sim, determinados fragmentos e versões. O importante é sempre confrontar esses conhecimentos, seja com outras fontes ou com bibliografias especializadas”, relata Thiago Fidelis sobre o uso de jornais em pesquisas acadêmicas e trabalhos científicos.
Professor Thiago Fidelis, Doutor em História Social