Nas rodas de tanto saber... O que é conhecimento? Existem formas de conhecer? E o que caberia nessa discussão à universidade, enquanto espaço formativo socialmente referenciado?
Foi em busca dessas compreensões e sob a aposta na ação interdisciplinar que no, dia 23 de maio, estudantes dos cursos de História e de Ciências Biológicas se propuseram ao debate acerca do conhecimento e do conhecer. E o fizeram em diálogo com os atravessamentos e intersecções tantas que, socialmente, se estabelecem e que em nós/por nós reverberam.
A prosa, sob a mediação do palestrante Marco Aurélio Saraiva Carvalho, psicólogo do Centro Pop Miguilim e mestre em Psicologia pela UFMG, e do professor Douglas Tomácio, da UEMG-Ibirité, reuniu educandos das disciplinas de Metodologia Científica e História e Cultura Indígena e Afro-brasileira, convidando-os ao debate acerca da política socioassistencial de Belo Horizonte, com destaque para os contextos de crianças e adolescentes em situação de rua e/ou trajetória de vida nas ruas.
Na roda em partilha, o saber somou-se ao sabor do café que convidava à reflexão. Por meio dos jogos teatrais, ancorados na Perspectiva do Teatro do Oprimido, de Augusto Boal, a ciência foi posta em cena, entendida de modo historicizado, sob os raptos semânticos históricos, na evidência de uma produção humana intencional e, portanto, sempre passível de crítica, conforme Cortella.
Igualmente miradas, estavam as categorias analíticas de raça, cultura, ancestralidade e justiça social, que, assumindo também ecos decoloniais, forneceram importante compreensão sobre o saber implicado, feito por sujeitos em poros e lutas. Estes que, na universidade também estando, a repensam, reformam, dão a ela seus legítimos matizes.
Enfim, nos dizeres estudantis, foi um encontro em que “tivemos a oportunidade de olhar para nós e para o outro de uma forma que nunca tínhamos visto, mesmo sendo da mesma sala". Roda na qual foi “possível entender que o conhecimento é mescla de várias formas de saber, que se atravessam e contam uma história", segundo afirma o professor Douglas Tomácio.