Por onde passa a formação de um professor? Que saberes e sujeitos o atravessam para, juntos, fundamentarem suas práticas?
Foi a partir de provocações como essas que os docentes da Douglas Tomácio e Janaína Martins, em uma ação interdisciplinar e intercursos, no dia 01/11/23, promoveram uma visita ao Acampamento Pátria Livre, junto aos graduandos dos cursos de Ciências Sociais, História e Pedagogia.
A atividade, sob a premissa de uma formação socialmente referenciada que em diálogo com os distintos grupos sociais também se forja, permitiu aos discentes e docentes da UEMG-Ibirité compreenderem as múltiplas dinâmicas do professorar; ação que se faz inclusive na legítima denúncia de luta pela terra.
Nesse sentido, sob enredos da lúcida crítica, que corpo ganhava por meio dos moradores, estudantes e profissionais do acampamento, o entendimento professorar fez-se também ciranda. Aquela que, a todos coletivamente tomando, apontava para arte revolucionária; para as docências e discências que, singulares, assinalavam as facetas tantas que os aguerridos saberes populares ricamente propõem.
Ali, em reflexão advinda de sujeitos e lugares que por vezes escapam à universidade, um novo aprender se fez. A pedagogia da terra, do campo, das tradições da educação popular ecoou e o fez sem prescindir do dialógico, da horizontalidade que a funda, da corporeidade que a expressa e que bem exemplificada foi nas ensinanças-luta propostas pelos sujeitos da Escola Elizabeth Teixeira, importante espaço de resistência.
Em roda e à sombra daquelas árvores, enfim, os sonhos de horizontes educativos igualitários, direito inalienável, se anunciaram como imprescindibilidade docente. Na força-terra, enunciados, certamente, deram sentidos outros aos cientistas sociais, historiadores e pedagogos em formação. Na verdade, assim o foi a todos que ali estavam e que, desde então, reverberam novos sentidos e miradas acerca do que se pode entender como professor é seu professorar.