Os investimentos significativos da Universidade em pesquisa, o ingresso recente de professores concursados e a diversificação de chamadas e editais das agências de fomento em pesquisa e inovação são fatores que explicam um ano pródigo da UEMG na aprovação de projetos em editais das agências de fomento à pesquisa e inovação neste ano.
De acordo com um levantamento da Pró-reitoria de Pesquisa e Pós-graduação da UEMG (Proppg), somente em 2023 foram aprovados 40 projetos da Universidade, sendo 11 deles provenientes somente da Chamada Fapemig nº 04/2023, que selecionou projetos especificamente das universidades estaduais de Minas Gerais, somadas a outras 29 propostas em editais diversos dessa mesma agência de fomento, sendo 11 projetos, 2 propostas de organizações de eventos e 16 propostas para bolsas de pós-graduação (14 bolsas de doutorado e 1 bolsa de mestrado).
A pró-reitora de Pesquisa e Pós-graduação da UEMG, professora Vanesca Korasaki, afirma que esses bons números da Universidade são multifatoriais: além do investimento feito diretamente pela Universidade na área de pesquisa, que, segundo ela, somente em 2022 foi de pouco mais de R$ 31 milhões, contribuíram também para esse feito as nomeações recentes de professores concursados no quadro de servidores da Universidade, além de uma sensibilidade maior das agências de fomento, sobretudo da Fapemig, no lançamento de editais e chamadas que buscam efetivamente qualificar e alavancar a produção de conhecimento nas universidades estaduais de Minas Gerais.
“O ano de 2023 foi um marco para a Universidade, quando consideramos o número de aprovações em Editais da Fapemig. Ressalta-se também que os docentes da UEMG têm aprovado propostas nos Editais do CNPq, Capes, entre outros”, explica a pró-reitora. “Essa tendência se deve ao aumento do número de submissões, proporcionado pelo aumento do número de corpo docente efetivo, mas também as ações de divulgação dos editais e apoio aos docentes”.
Segundo Vanesca, a Proppg lançou no final de 2022 uma sessão especial na página eletrônica da UEMG, na qual são divulgadas todas as chamadas e oportunidades de pesquisa, inovação e tecnologia para os docentes da UEMG. Nesse endereço é possível filtrar as chamadas abertas e encerradas, além de disponibilizar também as lives que a Fapemig promove explicando os editais.
Ela detalha, ainda, que a cada edital lançado a pró-reitoria encaminha as oportunidades para as coordenações de pesquisa das Unidades, produz tutoriais e fluxos para auxiliar os docentes na submissão de alguns editais e realiza reuniões explicativas sobre as Chamadas, além de incentivar a criação de grupos de pesquisa, que centraliza e aproxima pesquisadores e alunos de diversas Unidades Acadêmicas.
Outra ação relevante promovida pela Proppg é o monitoramento dos Laboratórios e estruturas de pesquisa com potencial para serem multiusuário. A estratégia passa por incentivar os pesquisadores a realizarem o cadastro de Laboratórios na Plataforma Nacional de Infraestrutura de Pesquisa MCTI (PNIPE), o que permitirá os docentes das diferentes Unidades conhecer os Laboratórios e as estruturas disponíveis para a realização das pesquisas, o que desperta o potencial de realização de pesquisas conjuntas.
E para consolidar não somente a tendência de aumento nas subscrições, mas principalmente em aprovações nessas seleções, a pró-reitora afirma que para o próximo ano a PROPPG pretende expandir as ações de auxílio aos docentes, promovendo lives explicativas dos principais editais e a realização de cursos para concorrência em editais.
De olho nas oportunidades
Somente no último mês, três projetos da UEMG figuraram entre os contemplados em chamadas da Fapemig, sendo dois em edital de apoio a divulgação científica e outro em edital que fomenta treinamentos individuais e coletivos para capacitação de Recursos Humanos.
E um bom exemplo de como se utilizar as oportunidades disponibilizadas pela Fapemig é o projeto aprovado pelo coordenador do Laboratório de Microscopia Eletrônica de Varredura da UEMG João Monlevade, o professor Alan Rodrigues, que aprovou no Edital Fapemig nº 11/2023 seu projeto de capacitação de docentes para domínio técnico do equipamento disponível no laboratório.
Com expectativa de início em fevereiro do próximo ano, o coordenador espera capacitar até 15 professores da Unidade, e alega que o treinamento será o impulso necessário para estabelecer um grupo de especialistas com o potencial de ampliação das linhas de pesquisa oferecidas pela Unidade.
“A essa expectativa, acrescenta-se a possibilidade desses especialistas compartilharem suas experiências profissionais para o fomento de novas abordagens aos problemas tecnológicos enfrentados na região do Quadrilátero Ferrífero, intensa em atividades mínero-metalúrgicos”, complementa.
Divulgação científica
As outras duas aprovações ocorreram no edital Fapemig nº 08/2023, no âmbito do Programa de Apoio a Publicações Científicas e Tecnológicas e Ações Voltadas para a Divulgação dos Resultados das Pesquisas do Estado de Minas Gerais.
A primeira delas, proposta pela Editora UEMG, planeja promover a ampliação e modernização das ações da editora, com vistas à democratização da produção científica. De acordo com a coordenadora da EdUEMG, Gabriella Noronha, a partir de 2024, e ao longo dos próximos dois anos, o investimento aprovado de R$ 199 mil proporcionará o aperfeiçoamento e diversificação dos processos de seleção, produção e disseminação das publicações; a implementação de novos suportes tecnológicos para os sistemas de produção e disseminação, até a produção de novos conteúdos e promoção de novos formatos editoriais.
“O projeto aprovado pela Fapemig possibilitará a ampliação da atuação da Editora”, analisa. “Mas, mais do que isso, é a primeira vez, ao menos nos últimos anos, que a fundação fomenta diretamente as editoras universitárias. Entendemos que isso representa o reconhecimento e fortalecimento das nossas ações no âmbito estadual”.
Periódico científico
A outra iniciativa aprovada no edital nº 08/2023 foi o apoio ao aprimoramento das ações de editoração da Revista Educação em Foco, vinculada ao Programa de Pós-graduação em Educação, da Faculdade de Educação da UEMG (FaE/UEMG).
Segundo o professor Fernando Luiz Zanetti, um dos editores-chefe do periódico, o investimento aprovado de pouco mais de R$ 248 mil foi uma janela de oportunidade que não costuma a aparecer. “Em geral não há grandes financiamentos para revistas. Quando há, são valores menores”, explica.
Segundo ele, o investimento proporcionará, entre outros, a qualificação e ampliação da equipe, a compra de um software antiplágio e a tradução dos artigos.
“[A aprovação do projeto] será muito importante para a melhoria do trabalho da equipe. Os editores chefes poderão agora se dedicar mais aos processo de indexação em novas bases e melhorias no layout e divulgação”, comemora.
Criada em 1995, a Revista Educação em Foco iniciou suas atividades com publicações impressas, antes de migrar para o ambiente digital.